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Mecanismo de Toxicidade

 

 

Excitotoxicidade e Stress Oxidativo

 

β-ODAP é um aminoácido excitatório e pensa-se que a sua principal ação se deva a este ser agonista dos recetores de glutamato (o neurotransmissor excitatório mais comum) AMPA. Apesar de tudo, ainda há dúvidas sobre esta propriedade, já que, sendo o recetor AMPA um recetor universal, não explica diferenças de suscetibilidade entre espécies ao β-ODAP.

A forte activação dos receptores AMPA é a causa da morte dos neurónicos motores, já que aumentam a libertação de glutamato para a fenda sináptica e posteriormente uma aumento de cálcio intracelular, de tal ordem que a célula não consegue sobreviver. O aumento de cálcio intracelular, provoca um aumento de cálcio na mitocôndria que culminará com produção de Espécies Reativas de Oxigénio e morte celular. A este fenómeno chamamos excitotoxicidade.

Além disso o β-ODAP demonstrou interferir diretamente com a mitocôndria, dificultando a respiração mitocondrial. O β-ODAP também provou ser um inibidor de enzimas redutoras (catálase, peroxidase da glutationa e cistationina-γ -liase), o que vai dificultar a eliminação de ROS. [4]

 

 

Cisteína e Metionina

 

Sabe-se que quando o nosso organismo tem poucas quantidades de aminoácidos sulfúricos (mais comuns são a metionina, cisteína, homocisteína e taurina), estamos predispostos ao latirismo. As causas para esse facto incluem uma alimentação parca nesse tipo de aminoácidos, ação de antinutrientes (compostos que afetam a absorção de nutrientes), interferência com transporte de cistina (dímero de cisteína), stress oxidativo (promovido pelo próprio β-ODAP entre outras causas) e excreção aumentada de compostos sulfurados.

A metionina é um aminoácido obtido na alimentação e é um precursor da cisteína. Ambos os aminoácidos estão contidos em proteínas fisiológicas, sendo que a cisteína está presente numa das mais importantes, a glutationa. Uma das principais funções desta proteína é proteção contra espécies reativas de oxigénio (ROS) e o stress oxidativo. Neste processo, a glutationa reduzida (GSH) é oxidada a glutationa dissulfeto (GSSG).

O β-ODAP inibe a síntese de glutationa por inibir a enzima cistationina-gama-liase (quebra cistationina, originando cisteína) ou pela sua ação no sistema transportador de cistina (dímero de cisteína), culminando com uma desregulação da glutationa e por conseguinte, desregulando o balanço redução-oxidação intracelular e desprotegendo contra o stress oxidativo. [7]

β-ODAP

Ácido β-N-oxalil-L-α,β-diaminopropriónico

Os autores deste trabalho, Ana Catarina Baptista Duarte, nº 201006556, Fernando Luís Gouveia Brandão da Silva, nº 201002338, Ricardo Miguel da Silva Oliveira, nº 201003599, estudantes do MICF da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaram ter atuado com absoluta integridade na elaboração desta monografia. Nesse sentido, confirmam que NÃO incorreram em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaram que todas as frases que retiraram de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Laboratório de Toxicologia

Departamento de Ciências Biológicas

 

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Portugal

 

Página na web do Laboratório de Toxicologia

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